segunda-feira, 19 de maio de 2008

o lugar

Estavam em meio a um universo paralelo onde pessoas não compreendiam sua língua muito menos seus gestos, ainda sim ele estava se sentindo em casa, pois a harmonia que unia todos era a mesma. Seus pensamentos estavam suspensos seu corpo estava em transe inebriado do ritmo que o alucinava, como que em frenesi ele se jogou no meio dos corpos que se chocavam seus impulsos automáticos o guiava por uma estrada que há tempos não caminhava, e sentiu-se em completa paz, sua energia se abastecia de ira, mas não a ira maligna da agressividade e sim a ira pela vida que o nutria. Em seu sangue corriam toxinas capazes de fazê-lo voar por entre mundos num só instante, sua cabeça girava mais que o próprio destino, seu corpo estava anestesiado de pura felicidade.
Seus olhos desacreditavam no espetáculo que estava presenciando, suas mão o agrediam com o decorrer dos acordes, seu sangue fervia com o ritmo que o dominava, ele em instantes se transformava na fera que é capaz de explodir com a mesma intensidade de um estro em implosão, seus palavras eram expelidas com fúria, uma fúria incubada a tanto tempo que não se é capaz de medir em números, as luzes ao seu redor dançavam como fumaça de incêndio e ele entregava-se a mesma dança inconscientemente, ele já não estava mais ali, e sim transcendendo de uma experiência para outra com a mesma velocidade de um pensamento. Nada poderia ser mais perfeito, mais completo, mais justo, mais inevitável, ele inalava a essência do mundo, a fragrância da vida, ele vivia aquele momento.

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