No relógio marca 23:45, sua necessidade faz com que se encaminhe a varanda para saciar sua vontade de fumar mais um cigarro. Nos breves momentos em que esta em paz consigo, simplesmente pensa em como foi o dia, pensa no que fez, no que poderia ter acontecido, relembra os olhares das pessoas, o caminhar da multidão, as historias que não ouviu, na trilha sonora que deu para o andar, só pensa. Olhando para a rua relembra os momentos em que passava as madrugadas sentado na poltrona que ficava na sala de frente para a janela, lembra das noites olhando as estrelas e vendo os últimos trabalhadores chegando cansados se dirigindo para seus lares com suas famílias que já deveriam estar dormindo. Ele sente o frescor da noite que acaricia os mal agasalhados, e lembra também que há algumas horas atrás ele por três vezes tentou falar ao telefone com alguém que não atendia, pensa que talvez este devesse ser o correto, a ligação não poderia ter sido completada, não é para ser e o destino sabe disso e traças suas artimanhas tão delicadamente e sutilmente, mas ainda sim perceptível. Ele perambulou pelo centro e na maior parte do tempo, ele não sabia para onde ir, mesmo assim continuou caminhando, entrava nas ruas, dobrava nas esquinas, procurava um sentido, mas não foi possível perceber, em certos momentos ele pensou em ir de encontro ao acaso, mesmo que forçando a situação, mas não, não o fez, e por quê? Talvez ele deva ter ouvido o destino sussurrar ao pé de seu ouvido: não vá seu tolo.
Ainda na varanda ele percebe a presença sutil de uma alma que por tantos anos o acompanhou e compreendeu, mesmo que em silencio, uma carcaça tão pequena que pode ser carregada no colo, uma espécie que tem os olhos tão profundo quanto o próprio abismo, uma alma que conhece todos os seus momentos baixos, e que sempre esteve ao seu lado, compreendendo-o somente com o olhar.
O que ele quer da vida que ele já não tenha?
Um futuro seria a resposta certa, mas o futuro de quem?
Se ele acreditasse nas próprias palavras, se ele entendesse o que elas significam talvez o futuro que ele quer possa ser possível, mas o que acontece com ele que não acredita no que diz?
Ainda na varanda ele percebe a presença sutil de uma alma que por tantos anos o acompanhou e compreendeu, mesmo que em silencio, uma carcaça tão pequena que pode ser carregada no colo, uma espécie que tem os olhos tão profundo quanto o próprio abismo, uma alma que conhece todos os seus momentos baixos, e que sempre esteve ao seu lado, compreendendo-o somente com o olhar.
O que ele quer da vida que ele já não tenha?
Um futuro seria a resposta certa, mas o futuro de quem?
Se ele acreditasse nas próprias palavras, se ele entendesse o que elas significam talvez o futuro que ele quer possa ser possível, mas o que acontece com ele que não acredita no que diz?
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